AUTOATENDIMENTO

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Marina critica Lula por MP que regula terras na Amazônia

Um dia depois de oficializar sua filiação ao PV, a senadora Marina Silva (AC) deu sinais ontem sobre o tom do discurso que poderá adotar numa eventual campanha presidencial, atingindo em cheio o candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ex-ministra do Meio Ambiente, Marina criticou o governo na área ambiental após seu desligamento do ministério. "Alguns retrocessos aconteceram depois dessa saída. A medida provisória (MP) que transferiu 67 milhões de hectares de terras na Amazônia para particulares quando precisávamos de apenas 7 milhões para atender 80% dos posseiros foi algo muito preocupante e, no meu entendimento, um retrocesso."

A senadora referiu-se à MP 458, aprovada neste ano, para regulamentar a situação fundiária na Amazônia Legal. Na época, ainda filiada ao PT, ela foi contra o texto. Ontem, Marina voltou a carga contra a medida e afirmou que a decisão do governo poderá levar a um aumento do desmatamento na Amazônia. "O desmatamento corre sério risco de crescer", afirmou ela, em entrevista ao Programa do Jô, na Rede Globo, exibido ontem à noite.

A senadora também citou outro caso em que considera ter ocorrido um prejuízo ao trabalho que vinha sendo conduzido por ela à frente do ministério. "Algumas outras pedras, como a proteção do patrimônio espeleológico do Brasil, que são as nossas cavernas, isso já retrocedeu", disse.

Apesar do discurso afiado contra o governo, de um aumento de sua exposição à mídia nos últimos dias e do clima de lançamento de sua candidatura anteontem no evento de filiação ao PV, Marina repetiu que não está nada decidido sobre uma candidatura à Presidência da República. "Candidatura é algo a ser discutido em 2010", disse. Indagada após a entrevista pelos repórteres se apoiaria o PT num eventual segundo turno, depois de toda a sua trajetória no partido, Marina desconversou. "Por que você está eliminando meu partido no primeiro turno? Não tem sentido sua pergunta." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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