O aposentado Raimundo Nonato Prado Aguiar, 53 anos, dirigiu-se na manhã desta sexta-feira, 12, ao Centro de Saúde Barral y Barral no bairro Estação Experimental – Rio Branco - na tentativa de obter o medicamento carbamazepina 2%, essencial para a sobrevivência do filho de seis anos, que é paraplégico. O menino de mesmo nome do pai não anda, nem fala.
No lugar do remédio, o aposentado arrumou uma discussão com o funcionário da farmácia do posto de saúde. “O senhor me respeite. Não está me dando nada. Sua obrigação é trabalhar e atender bem, pois ganha pra isso”, disse Prado. O agente público retrucou: “O senhor me respeite, pois também sou cidadão”. Exaltados, ambos se desrespeitavam.
Segundo o pai que se sente abandonado pela saúde pública, o servidor negou o remédio sem verificar a receita médica. “Ele disse logo: aqui não tem remédio pra rico”. O funcionário nega. Afirma ter visto a receita. Também se negou a gravar entrevista e recusou-se a identificar o próprio nome.
Acompanhamos o aposentado até a outra unidade de saúde. Raimundo foi atendido por Alcidínea de Sousa, do Centro de Saúde Vila Ivonete. Perto de completar 30 anos de trabalhos, a servidora acredita que os medicamentos são feitos para combater doenças que atingem pessoas de qualquer camada social. “Não existe esse negócio de remédio de rico”, relata. Do Vila Ivonete, o pai saiu com três caixas do carbamazepina 2%, que custa, em média, nove reais nas drogarias da cidade, apurou o Blog Edmilson Alves.
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