AUTOATENDIMENTO

terça-feira, 2 de março de 2010

Brasil tem mais doutores, mas produz pouca inovação


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Como está a formação de mão-de-obra para enfrentar os desafios nos setores ligados à infraestrutura no país? Os especialistas ouvidos nesta segunda-feira (1º) em audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) traçaram um cenário preocupante. Com estímulos de agências governamentais como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a produção científica, medida pela publicação de textos acadêmicos em revistas especializadas, cresceu muito e hoje o Brasil supera a Holanda e a Rússia, segundo o diretor de relações internacionais da Capes, Sandoval Carneiro Júnior, um dos participantes da audiência.

O sistema de pós-graduação brasileiro exibe números razoáveis: 4.100 cursos, por onde passaram mais de 150 mil alunos - um terço no doutorado e dois terços no mestrado. Mas isso não foi suficiente para assegurar inovação tecnológica: no triênio 2005-2007, o número de patentes registradas pelo Brasil no United States Patent and Trademark Office (USPTO) caiu 13% em relação ao triênio anterior (2002/2004), enquanto dois países que integram o chamado Bric - Índia e China - tiveram crescimento de 48% e de 53%, resepctivamente, no volume de patentes registradas no USPTO no período 2005-2007. A Índia conseguiu 1.411 registros, enquanto na China esse número chegou a 2.764, ou seja, dez vezes o total brasileiro, que foi de 288 registros. De acordo com Carneiro, só a Polônia teve desempenho inferior ao Brasil no ranking do USPTO.

O diretor da Capes atribuiu o problema a uma opção da empresa brasileira: ao invés de investir em inovação, ela prefere comprar a tecnologia que vem de fora do país.

- Enquanto o Samsug tem laboratório de pesquisa com 5 mil doutores, o conglomerado industrial brasileiro quase não emprega doutores - observou.

Na presidência da reunião, o senador Fernando Collor (PTB-AL) criticou a falta de visão do empresário brasileiro, que, segundo ele, sacrifica o futuro em função de resultados em curto prazo.


Agência Senado

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