AUTOATENDIMENTO

quinta-feira, 23 de julho de 2009

AS RUAS COMO CASA DE MORADA

Filosofando
Todas quintas

Odion Monte

Sem ser preciso olhar para um passado não muito distante, é triste a paisagem urbana que temos hoje como visão, na face de uma grande quantidade de crianças e velhos que trafegam sem destino, sem ponto de partida e sem finalidade de chegada. Como nômades da era primitiva, trafegam em busca do mais primordial para o ser humano, a simples alimentação para se manter vivo.

Nos primórdios dos primatas humanos, a alimentação por mais escassa que fosse, estava para todos, a natureza se responsabilizava por alimentar aos poucos, novos e velhos que por ela trafegavam livremente. A ansiedade dos seres, era apenas no sentido de saciar a fome, e o ar livre ou as cavernas eram suas protetoras casas, onde podiam descansar do imenso cansaço cotidiano da busca selvagem pela comida que necessitava para sua simples sobrevivência.
Na vida moderna, infelizmente muitos seres humanos, principalmente idosos e crianças, vivem num caminho sem fim na busca do alimento para conseguir viver uma vida, que nem os suínos que são tratados a base de lavagem vivem. Seja nas latas de lixo, nos lixões, ou implorando à porta dos que muito tem, que matem pelo menos sua fome. O ser humano chega à humilhação de mentir, apenas implorando pelo que comer.
Os museus, as livrarias e as bibliotecas estão lotadas, de lindas obras de artes e livros que valem uma fortuna, onde os grandes abastados vislumbram com sorriso imenso e sarcástico a tudo isso, sem ao menos se importar com a miséria que está a poucos metros de distancia de suas costas, é capaz de rir e vislumbrar a uma pintura, mais jamais é incapaz de derramar uma lágrima, quando ver uma criança chorando de fome.
Tanto falam-se de globalização, de proteção da natureza, do meio ambiente, dos animais em extinção, mas não são capazes de oferecer um pedaço de pão-dormido a um faminto, será porque o ser humano existe em grande quantidade, que não precise de proteção para sua subsistência? Para que proteger tudo isso? Apenas para uma pequena parte, que é a burguesia? Ou para a futura miserável humanidade? Pão! Pão! Pão! Pão! Pão! Pelo menos pão... não nos deixaria morrer de fome!

Odion Monte - contador, especialista em Filosofia Política pela Universidade de Teologia e Filosofia de Rio Branco - Acre (SINAL).É ainda, especialista em Pericia Judicial – UCG – Universidade Católica de Goiás - Bel. em Ciências Contábeis - FIRB/FAAO/AC

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