O desonroso quinto lugar como a mais corrupta dentre 22 nações listadas em ranking divulgado recentemente pela ong Transparência Internacional é apenas uma vertente da imensa dificuldade do Brasil de fazer prevalecer a principal guardiã da democracia: a legalidade! Os estados paralelos instalados nos morros cariocas, as facções criminosas que ditam regras nas periferias e presídios das grandes cidades, as transgressões e violência crescente nas invasões de propriedades rurais, os já quase esquecidos mensalão, sanguessugas da saúde e anões do orçamento, a rotina de propinas e a venda de facilidades constituem as gravíssimas pontas do iceberg da improbidade que conspira contra a imagem internacional e interna do País.
No entanto, submersos na inconsciência de muitos, nos interesses de outros, na retórica persuasiva de numerosos políticos, no foco predominantemente econômico destes tempos de crise e na ausência de memória, há numerosos casos, usos e costumes que também desafiam as leis, contrariam a ética e subvertem a relação entre o Estado e a sociedade. Exemplo recente foi o verdadeiro comício promovido pelo Palácio do Planalto, com dinheiro público, para a apresentação da candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, a cerca de 1.500 prefeitos. Ninguém — além dos beneficiários do Bolsa Família, dos que ganharam dinheiro na montagem do portentoso evento e dos bajuladores de plantão — acreditou no caráter administrativo da reunião.
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Alfried Karl Plöger (marco.passarelle@viveiros.com.br) é presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) e vice-presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).
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