AUTOATENDIMENTO

quinta-feira, 7 de maio de 2009

“Temo o homen de um livro só…”

Filosofando
Todas as quintas

Marcos Afonso


Nestes tempos nublados sempre me vem à cabeça uma frase genial de São Tomás de Aquino: “Temo o homem de um livro só”.

Hoje, é impossível ter uma idéia geral do mundo, das coisas, das pessoas, fechado numa só perspectiva.

Isso não quer dizer que você vá ser uma sopa eclética sem sabor e aroma, um negócio perambulante cheio de informações e estatísticas, de respostinhas para tudo, um espírito que anda, cheio de alegres estereótipos.

Penso que se você tiver um mínimo de direção, senso crítico, razoável visão estética e sensibilidade com a vida, já pode caminhar no mundo do diverso sem perder-se na confusão. Por sinal, sempre adorei essas palavras de Engels: “Por sob a densa vegetação ideológica, a simples realidade” (para mim ele escrevia muito artisticamente sobre os espinhos e, quanto à forma, era melhor que Marx).

Mas a questão é: por onde começar? Devemos estudar, mas como?

Aí não tem jeito. É ler, ler e ler.

Existem várias leituras, mas a que fundamenta, consubstancia, é a dos livros.

A internet é muito importante, porém ainda estamos nos adaptando ao cristal líquido que se acende aos nossos olhos.

Comecei a fazer a minha parte. Passei um bom tempo garimpando, lendo resenhas, colhendo opiniões de pessoas confiáveis, e fui montando uma biblioteca básica de estudo para as áreas da Filosofia e Política. Isso durou quase um ano. Mas creio que ela está minimamente montada.
Quero somar com vocês esses livros de cabeceira.

Não é uma relação fechada. Pelo contrário, é aberta, contraditória, sem respostas, e nem tudo agradável aos velhos e confortáveis pensamentos conservadores de esquerda.

Eu costumo ler por ordem de edição. Do ontem para o agora. Espero terminá-los esse ano.



Marcos Afonso é professor e jornalista. Atualmente é Assessor Especial do Governador do Estado do Acre e Colaborador da Biblioteca da Floresta Marina Silva (Acre), onde coordena ação estratégica para uma metodologia de diálogo entre os saberes tradicional e moderno. Palestrante há quase três décadas, dedica-se hoje ao estudo da Sustentabilidade Ética.


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