ISTAMBUL/BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil formalizou nesta segunda-feira a decisão de comprar 10 bilhões de dólares em títulos do Fundo Monetário Internacional denominados em Direito Especial de Saque (SDR, na sigla em inglês).
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que isso confirma a decisão tomada pelo Brasil anteriormente de fornecer recursos para o FMI.
Sob o acordo, os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) concordaram em fornecer um total de 80 bilhões de dólares para aumentar os recursos do FMI em resposta à crise global. A China fornecerá a maior parte: 50 bilhões de dólares.
"O Brasil confirma sua decisão para ajudar a aumentar os recursos disponíveis do FMI, como uma forma de assegurar os meios necessários para efetivamente responder à atual crise financeira", afirmou Mantega em uma carta ao diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn.
Para o Brasil, que viu uma melhora em sua economia na última década, o movimento é uma mudança, acrescentou Mantega. "É a primeira vez que o Brasil empresta para o FMI. Estamos passando de um país devedor para credor. É um momento histórico."
Em nota, o Ministério da Fazenda informou que um Acordo de Compra de Notas deverá ser assinado entre o Brasil e o Fundo após a revisão final do entendimento pelas instâncias técnicas brasileiras e depois de aprovado pela diretoria-executiva do FMI.
O governo destacou que o acordo terá a duração de dois anos e não afetará o volume das reservas brasileiras.
"A compra de notas envolverá a aquisição de ativos emitidos pelo FMI e imediatamente conversíveis em moedas de liquidez internacional, se necessário. Portanto, é uma operação que apenas altera a composição das reservas internacionais do país, contribuindo para sua diversificação", afirmou o ministério no comunicado.
As notas serão emitidas segundo as necessidades do Fundo e terão prazo total de cinco anos.
(Por Axel Bugge em Istambul e Isabel Versiani em Brasília)
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