Primeiramente, gostaria de deixar claro que minha análise é feita distante do Acre, com poucas referências. Por isso não sei se houve algum pronunciamento do governador, dos senadores ou dos deputados federais eleitos sobre o referendo do fuso horário realizado no último dia 31. Segundo, não pretendo fazer uma análise do por que do resultado, isto já foi bem feito por vários jornalistas. Minha intenção é analisar politicamente a seguinte questão: e se a vontade popular não for respeitada?
A vontade popular expressada pelo voto deve ser respeitada num Estado democrático de direito. Fundamento democrático-liberal aplicado no nosso modelo político-constitucional.
O PT no Acre já perdeu e ganhou várias eleições. Todas suas vitórias foram respeitadas. Assumiram todos os cargos representativos que lhe foram delegados pela vontade popular. Podemos até discutir os princípios destas vontades, mas esta não é a questão.
A mudança do horário em meados de 2008, sem uma consulta popular, foi um grande erro dos Senhores Viana e Cia. O desrespeito a cultura e as condições sócio-naturais da maioria dos acreanos gerou uma grande insatisfação dos trabalhadores. Neste caso, podemos considerar que a imposição da lei foi um tiro no próprio pé de seus executores. Um tiro no pé causa muita dor e deixa algumas sequelas, mas a possibilidade de sobreviver é enorme.
A não revogação do atual horário, desrespeitando a vontade popular, seria um tiro fatal na cabeça dos atuais governantes. Ampliaria a indignação popular e legitimaria vários discursos da oposição e dos descontentes, como, por exemplo, as denuncias de práticas ditatoriais do PT no Acre.
Tenho divergências enormes em relação a política dos Vianas e Cia, entretanto nunca os considerei ingênuos e muito menos burros. Neste caso, para que ainda respirem no poder, os novos eleitos devem juntar suas forças para que a vontade popular seja respeitada. Se isto não acontecer, estariam, não apenas desrespeitando a vontade dos acreanos, mas dando o golpe da hora, ocasionado causas que acredito que eles já saibam.
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