A blogueira americana, Crystal Cox, foi condenada a indenizar o grupo financeiro Obsidian em US$ 2,5 milhões por não ser jornalista.
Ela escreveu diversos textos críticos à empresa e a seu cofundador Kevin Padrick. A Justiça a condenou por causa de um artigo em especial, que o juiz considerou “mais factual”. No texto, a autora conta como Padrick teria enganado os credores da empresa financeira e desviado dinheiro para si.
À Justiça, Cox disse que recebeu as informações de um ex-funcionário da Obsidian, mas negou-se a identificá-lo, argumentando estar protegida pela lei que permite a jornalistas não revelarem suas fontes.
A corte, no entanto, observou que a legislação de seu Estado, Oregon, não inclui explicitamente o termo “blogueiro” na lei que resguarda os jornalistas.
“Ainda que a ré se autoproclame ‘blogueira investigativa’ e se defina como ‘mídia’, não comprovou ser afiliada a algum jornal, revista, periódico, livro, folheto, serviço de notícias, serviço de comunicação sem fio, grupo [empresarial] de notícias, estação ou rede de radiodifusão ou sistema de televisão a cabo. Desta forma, ela não está sob proteção da lei”, afirma a sentença.
Outro blogueiro, Roy Greenslade, este ligado a um grande veículo – o jornal britânico “The Guardian” – saiu em defesa da colega. “A opinião do juiz é fascinante porque sugere que existe uma lei para jornalistas e outra para cidadãos”, ironizou.
Escrito por Sílvio Guedes Crespo
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