AUTOATENDIMENTO

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Quando a imprensa fica contra sociedade por interesses comerciais



A pesar de ser considerada o ‘quarto poder’, a imprensa não dispõe de fontes fixas constitucionais como os demais poderes: Judicial, Legislativo e Executivo, para manter suas atividades. Por isso, dependem da lei de mercado para manterem-se ativas.


Um exemplo explosivo desta fórmula estampa a capa da revista Veja que circula a partir deste sábado, 19. Em defesa da indústria farmacêutica – e de sua lógica de lucros - a revista tenta convencer brasileiros que a decisão da Agência Nacional da Vigilância Sanitária – Anvisa – em querer banir, definitivamente, do mercado brasileiro medicamentos para emagrecimentos seria equivocada.


Para proibir os anorexígenos, a Anvisa apóia-se em estudos científicos que compravam: Os riscos destes medicamentos não compensam os parcos benefícios.


Na Europa, a sibutramina foi banida do mercado, pois, cabe aos governos proteger a saúde da sua população. Na mesma lógica, as leis anti-fumo ganham força e em países nos quais a boa educação se estabiliza, as propagandas de bebidas alcoólicas vão sendo proibidas.


Vale lembrar-se do velho ditado: “por dinheiro, vende-se até a mãe”. Em nome de lucros fáceis, negros foram escravizados, crianças foram e continuam sendo usadas nas penúrias do trabalho infantil. Para destruição da Floresta Amazônica o trabalho escravo permanece ativo no Brasil. O tráfico de drogas vai ao mesmo caminho de destruir o bem estar social em nome dos lucros de poucos.


Os argumentos da revista vão convencer a muitos, principalmente, em um país no qual muitos concluem o ciclo educacional agregando quase nenhum conhecimento crítico, algo indispensável para torna-se um cidadão pleno.


Há no Brasil, muitas imoralidades 'legais' que são permitidas por uma legislação esdrúxula feita sob medida para atender interesses comerciais.

Um comentário:

Nielsen Macambira disse...

Sim, ultimamente a Veja vem enfiando o pé na jaca cada vez mais, e sempre com interesses obscuros... A posição desta publicação tem sido totalmente retrógrada em relação e diversos outros assuntos como por exemplo a criminalização da homofobia (crime de ódio contra gays e lésbicas) num momento em que todos os setores da mídia são favoráveis a que crimes como estes sejam penalizados, a dileta publicação faz artigos e resenhas que são praticamente cópias do que os evangélicos falam contra a comunidade glbt, tem também a questão de que as últimas capas dão enfoque à amenidades de toda ordem (a fabulosa vida das celebridades, por exemplo) em detrimento de assuntos mais importantes como as revoltas do Egito e outros países com ditaduras muçulmanas, realmente, a Veja que já li um dia está cada vez mais distante das xaropadas de agora!