O cantor Raul Seixas dizia: “Eu não preciso lê jornais, mentir sozinho eu sou capaz”. Pois é, quem lê, vê e ouve notícias sobre o Acre através da tradicional imprensa acriana conhece apenas uma pequena parte do que realmente ocorre no Estado, é como viver em uma Matrix. Todavia, aqueles que atenta para blogs e outras redes sociais passam a observarem um Acre vivido, expressivo, e, mais real.
Por experiência própria, vivendo por aqui há mais de quatro anos, afirmo que só passei a entender um pouco mais sobre o Acre, depois de dois contatos, o primeiro, com o seu povo, e, o segundo, com as redes sociais na internet.
Lendo o Observatório da Imprensa, nesta terça-feira 14, deparei-me com o texto intitulado: A mídia como freio social de Luciano Martins Costa que trata de como os nossos meios de comunicação social são conservadores, estando sempre um passo atrás da realidade vivenciada socialmente, e, no lugar desta mídia tentar equiparar-se ao adiantamento social, ela trabalhariam como um freio, tentado impedir avanços sociais, econômicos e até culturais. Apesar de imaginarmos a mídia como o contrário, de a visualizarmos como impositora de regras, todavia, com um olhar mais aprofundado, como o faz Martins, é possível revermos o nosso olhar sobre os grandes veículos informacionais.
Para não se prolongar demais, cito apenas um exemplo que leva a outro. O Mistério da Educação (MEC) fez distribuir livros didáticos que demonstram a diferença entre a linguagem culta - estabelecida em lei – e a popular – aquela do cotidiano-. Resultado: um movimento por parte de uma parcela da imprensa, encabeçada pela revista Veja, trataram logo em condenar a atitude, ou seja, um “freio” naquilo que é tão comum no dia-a-dia, pois não falamos do mesmo jeito que escrevemos, né?. A mídia achou ruim que a linguagem das ruas fosse discutida nas escolas. O assunto faz lembrar a polêmica sobre o “kit-gay” e é mais uma vez a mídia tentando abafar algo que já é tão comum nos vínculos sociais.
E é no quesito retratar a realidade de forma mais aprofundada e com maior proximidade daquilo que é socialmente vivenciado que o acriano Altino Machado chega a ser encaixado. “No mais, apenas a produção jornalística regional – como os trabalhos de Lúcio Flávio Pinto, no Pará, e de Altino Machado, no Acre – se preocupa em dar conta de narrar os fatos encobertos pela distância dos grandes centros econômicos do país, diz o artigo publicado no Observatório da Imprensa, o mais importante fórum de debate midiático do Brasil.
Altino tem feito jus à frase de Marcos Vinicius Neves: "Não fosse o seu blog, no Acre só restaria silêncios e manchetes de um mundo que não é o nosso".
Um comentário:
Não sou contra discutir o que o povo vivencia. Acho até muito válido. Porém, não concordo é com a oficialização da estupidez linguística, como dizer que é correto conjugar verbos com total discordância, como muitos do povo falam. Se assim for, não mais será preciso estudar Português. Não é porque o Lula conseguiu ser presidente falando errado que a gente vá agora acabar com as normas gramaticais. Mais importante ao bom jornalista é noticiar, de forma imparcial, as misérias e corrupções existentes no nosso meio e indicar quem são os corruptos para que o povo os identifique mais facilmente. A imprensa do Acre hoje é atrelada ao Poder Político, com raríssimas exceções. Eu também sou um observaório e não abro mão de sê-lo...
Postar um comentário