Vianas são tidos como “traidores” pela equipe de Dilma Rousseff
No Referendo do Fuso Horário, realizado neste domingo, 31, o 55 – opção pela qual aprovaria a alteração do horário realizada por lei de autoria do senador Tião Viana (PT) – venceu apenas em Acrelândia com 53,83%, dados do Tribunal Regional Eleitoral do Acre.
Acrelândia é a terra do candidato derrotado ao Governo do Estado, o psdbista Bocalom. Mas o município é mesmo administrado pelo PSB, aliado da Frente Popular do Acre, que tem o PT de Tião Viana como líder.
Foi também em outra terra que lembra o PSDB - Feijó - que a então presidenciável Dilma Rousseff (PT) obteve a sua única vitória no Acre. No resultado final, nas duas eleições realizadas – presidente e referendo -, o PT dos Vianas perdeu em 21 dos 22 municípios acrianos.
Foi no Acre que Dilma teve seu pior resultado, apenas 30% dos votos válidos. De acordo com o jornalista Mino Pedrosa
(leia aqui) a família Viana é tida como admiradores do PSDB e por isso são tidos como infiéis pelo Palácio do Planalto - referência a nova casa da futura presidenta.
“O Palácio do Planalto tacha os petistas como traidores e em conversa na cúpula da campanha de Dilma Rousseff deixam claro a paixão dos petistas pelo ninho do PSDB”, afirma o jornalista..
Pedrosa ainda conta que os irmãos Vianas podem pagar caro.
"Vem bomba aí", diz sob a ação da Polícia Federal, Abin e Ministério Público Federal que apreenderam documentos e computadores dos petistas acrianos.
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O PSDB venceu no Acre até mesmo quando a eleição foi contra o presidente Lula, em 2006. O próprio Jorge Viana governou o Acre tendo os tucanos como aliados. Em 2010, durante as eleições ao Senado, em entrevista ao programa Boca no Trombone, da radialista Eliane Sinhasique, Jorge elogiou o governo Fernando Henrique e questionou o porquê de José Serra “esconder” FHC das propagandas de sua campanha à presidência.
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Contudo, tais notícias que circulam na imprensa nacional dando conta de suposta insatisfação de Dilma com os irmãos acrianos, podem, até certo ponto, beneficiar os Vianas. Basta que a irmandade adotem uma postura de fidelidade e silêncio. Assim, talvez, possam ser poupados pelo poder de ferro que vem de Brasília. Quem sairia perdendo seria o povo acriano, pois não tomariam conhecimento de possíves "outros" celulares do Senado sendo usando indiscriminadamente pela casta que comanda o Estado.
Não fosse o poder de Brasília, na disputa entre Tião Viana e José Sarney à presidência do Senado, jamais saberiamos do patrimonialismo adotado pelo senador Viana. Não que o patrimoniliasmo - prática de utilizar o bem público como se privado fosse - seja alguma novidade. Ele está incorporado à vida de muitos políticos do Acre e do Brasil.
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Foto Ac24horas