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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Finalmente, houve justiça!

Jaidesson Peres

Nos últimos tempos, a Justiça Eleitoral vem tomando o mandato de vários políticos e demonstrando que a compra de votos não pode ser tolerada, sobretudo numa democracia onde deve prevalecer a escolha livre e consciente. A prática da compra de votos, segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB-, na Campanha da Fraternidade de 1996, é considerada como umas das piores distorções da democracia brasileira.

Com as decisões firmes da Justiça, centenas de políticos, ou melhor, politiqueiros, foram alijados do poder e, alguns, caíram no ostracismo político, algo que, pessoalmente, é uma relevante contribuição para a saúde da nossa democracia, visto que muito destes “pilantras” usam da máquina governamental para permanecerem no poder, usam da influência ilícita do poder econômico sobre as eleições e podem manipular a administração do processo eleitoral.

Aqui no Acre, cassou-se o mandato de Vilseu Ferreira, prefeito de Acrelândia, afastaram-se Neuzari Pinheiro, de Porto Walter, e Nílson Areal, de Sena Madureira. No entanto, há ainda outros figurões que caminham para a guilhotina. Em Brasília, o governador do Maranhão e da Paraíba tiveram seus mandatos cassados.

Em 2004, João Capiberibe, conhecido por implantar o desenvolvimento sustentável no Brasil, teve seu mandato de senador do Amapá interrompido tão-somente por ser acusado de comprar dois votos por 26 reais cada.

Na decisão de ontem da juíza Thaís Abul Khalil, na qual cassou o mandato do prefeito Nílson Areal, notou-se que ainda existe justiça nesse mundo diante de tantas denúncias e escândalos envolvendo os nossos representantes, eleitos por nós, mas que continuam na impunidade. Embora a magistrada seja mulher de Pascal Khalil, integrante do mesmo grupo político de Areal, houve uma resposta incisiva e imparcial.

Confiamos que o malfadado prefeito não retorne ao poder, pois Sena Madureira não agüenta tanto sofrimento, tanta improbidade. Que o vice-prefeito, Jairo Cassiano, seja punido pela acusação de usar cheques da Câmara Municipal para pagar o aluguel de um comitê eleitoral, algo absurdo e inadmissível com o nosso dinheiro.

Os sena-madureirenses, que já fazem festa no município por causa da cassação, padecem nas ruas esburacadas, as crianças são liberadas mais cedo porque não têm merenda nas escolas, as mães choram porque os filhos vivem no tráfico de drogas e, até os índios, são burlados. Ontem, deveras, não valeu a sentença de que a justiça é cega!

*Jaidesson Peres, 19 anos, é natural de Sena Madureira e acadêmico do 5º período de Comunicação Social/Jornalismo, do Instituto de Ensino Superior do Acre- Iesacre.jaidessonperes@hotmail.com

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