“Você já vê os primeiros resultados”, diz campanha governamental. É verdade, dá pra vê que o Acre se tornou o líder brasileiro em casos de dengue
Nesta sexta-fera, 4, o Governo do Acre decidiu aumentar o tom ‘comemorativo’ que marca a campanha “Guerra Contra Dengue” espalhando outdoors com a frase: “Você já vê os primeiros resultados”. O fato e o problema é que desde o início da campanha em janeiro passado, apesar do número absoluto de casos terem diminuído, o Acre não conseguiu acompanhar o desempenho dos demais estados brasileiros e tornou-se líder com 6.851 de casos suspeitos da doença, segundo relatório do Ministério da Saúde divulgado neste começo de fevereiro. O número acriano é mais que o dobro do segundo colocado, Minas Gerais, com 3.058.
A campanha “Guerra Contra Dengue” apresenta equívocos desde o seu nascedouro, no lugar de utilizar o amplo espaço da mídia, principalmente no rádio e na TV, para divulgar uma agenda de bairros e ruas a receber a equipe de combate, o governo prefere destacar números de agentes e equipamentos envolvidos – que em poucos dias já se mostravam insuficientes, passando uma imagem de fraqueza e ineficiência do governo Tião Viana.
Resultado: inundados de tanta propaganda, os moradores atenderam aos pedidos do próprio governo para tirar entulhos dos quintais transportando-os para as ruas que passaram a abrigar criadouros do mosquito da dengue.
Constrangidos, autoridades foram à imprensa informar que uma agenda de limpeza por bairros deveria ser obedecida, contudo, até a presente data, a tal agenda permanece em segundo plano e os gastos com comunicação subutilizados, com frases de efeitos meramente publicitários e sem grandes implicações práticas.
Seria bom vê o governo Tião administrar melhor os fartos recursos que dispõe para o combate a dengue, como por exemplo, por fim ao nascedouro dos mosquitos que se tornou a escola pública e estadual Raimundo Hermínio Melo – coberta de matagal que abriga lixo e inúmeros focos do aedes aegypti - e dotar a população de informações precisas sobre a agenda de limpeza, está difícil suportar o ‘lixaral’ que tomou as ruas de Rio Branco.
